Meu Chopin

algo se apodera de mim quando estou diante da obra de Chopin…
ando tentando estudar dissecando lenta e minuciosamente as harmonias do mestre polonês.
na infância fui louco por Bach, Beethoven, Tchaikowsky, os gigantões da composição … nos tempos da faculdade descobri Wagner, viajei pelo Barroco de Haendel, Couperin , Rameau, Scarlatti …
recentemente embarquei numa paixonite por esplendores de Fauré, Debussy e Ravel…
até que, por força da minha absoluta saudade e adoração pelo Tom Jobim , eu terminasse por me render incondicionalmente ao Chopin.
Às vezes eu paro para chorar, ao me deparar com minha pequeneza diante do Sublime.
porque ali, como senti diante do Davi na Galeria Uffizi, está perpetrada para sempre a Perfeição da genialidade.
não é obra apenas do esforço sobre-humano da superação de nossa pequeneza.
não é fruto apenas do estudo, do método, do rigor,
Chopin fez os Preludios Opus 28 numa temporada de retiro na Espanha, em Mallorca, num vilarejo mágico chamado Cartuja de Valldemosa.
Sempre com problemas de saúde, Frederic foi para a ilha com sua indecifrável George Sand e seus 3 filhos para ver se melhorava com o clima mediterrâneo.
Na mudança, o piano Pleyel de Chopin ficou retido na alfandega e os Preludios foram trabalhados num piano improvisado .
Também o clima não ajudou, com chuvas e frio atrapalhando o periodo de hospedagem no Mosteiro, de 1838-1839.
juro que tenho muito o que me identificar,
e dissecar as harmonias dêle é uma atividade que me faz sentir algo indescritível .