Big Techs e Batalha Hormonal

Voltando ao tema “BigTechs”, Redes, engenharia social e comportamental, entretenimento e adicção coletiva ….
O dominio técnico desses parametros é fato consumado.
Resta saber quantos de nós escaparemos das armadilhas que planejam a submissão químico-psíquica que já está escravizando nossa espécie humana de tantas possibilidades, mas de inacreditável vulnerabilidade.
Sao 4 os cavaleiros do Apocalipse Humano sob o domínio de Satã.
Um conjunto de 4 hormonios
ADRENALINA
também conhecida como epinefrina, é um hormônio que prepara o corpo para situações de emergência, como medo, excitação ou estresse. Ela é produzida nas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins, e liberada na corrente sanguínea.
A adrenalina atua em diversos órgãos e tecidos do corpo, desencadeando uma série de reações bioquímicas que preparam o organismo para enfrentar situações de emergência. Entre as suas principais funções estão:
Aumentar o nível de glicose e o ritmo cardíaco
Dilatar as pupilas, melhorando a visão
Fazer os pulmões trabalharem mais rápido
Maximizar o fluxo sanguíneo para os músculos voluntários nas pernas e nos braços
“Queimar” gordura contida nas células adiposas
A adrenalina também pode ser utilizada como medicamento em situações de urgência, com efeito antiasmático, vasopressor e estimulante cardíaco.
O nome “adrenalina” foi criado pelo bioquímico japonês Jokichi Takamine, que isolou o hormônio pela primeira vez.
ENDORFINA
neurotransmissor produzido pelo cérebro e pela glândula hipófise. É conhecida como o “hormônio da felicidade” porque promove uma sensação de bem-estar e felicidade, e tem vários efeitos benéficos para a saúde: Alivia a dor e as tensões musculares, Melhora o humor, Reduz o estresse, Fortalece o sistema imunológico, Contribui para a superação de vícios.
A endorfina é liberada pelo organismo durante a atividade física, principalmente em atividades aeróbicas. Praticar exercícios com regularidade garante uma produção contínua da substância
SEROTONINA
um neurotransmissor que atua em várias funções do organismo, como a regulação do humor, do sono, do apetite, da libido, da temperatura corporal, do ritmo cardíaco, da sensibilidade e das funções cognitivas. Também influencia nas habilidades motoras, no processo digestivo e no fluxo sanguíneo.
A serotonina é produzida por certos neurônios e é conhecida como “hormônio da satisfação e bem-estar”. Quando os níveis de serotonina estão adequados, a pessoa tem mais chances de estar bem-humorada, dormir bem, ter desejos de uma alimentação saudável e ter as funções cognitivas em ordem.
Quando a concentração de serotonina no organismo está baixa, pode causar mau humor, dificuldades para dormir, ansiedade ou depressão. Outros sintomas de baixa concentração de serotonina incluem:
Alteração do desejo sexual
Vontade de comer a toda a hora, especialmente doces
Dificuldade no aprendizado
Distúrbios de memória e de concentração
Irritabilidade
A prática de exercício físico aumenta a produção de serotonina no corpo.
DOPAMINA
Hormonio comandado pelo cérebro, que atua em várias funções do organismo, como:
Sensação de prazer e satisfação
Aumento da motivação
Controle dos movimentos
Memória e atenção
Saúde do intestino
Massa muscular
A dopamina é conhecida como um dos hormônios da felicidade e está relacionada ao sistema de recompensa do cérebro. Ela é liberada quando se atinge um objetivo ou se faz algo que o corpo considera prazeroso.
A dopamina é produzida a partir da tirosina, um aminoácido presente em alimentos como:
Leguminosas, como feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja
Oleaginosas, como castanha, amendoim e nozes
Peixes
Carnes magras
Leite desnatado e derivados
Alterações nos níveis de dopamina podem estar relacionadas a doenças neurológicas e psiquiátricas, como esquizofrenia, depressão e psicose. Os sinais de desequilíbrio de dopamina podem ser físicos e psicológicos.
Não existe um teste laboratorial para avaliar os níveis de dopamina, mas é possível observar a atividade das áreas cerebrais que a produzem por meio de exames de neuroimagem.

Redes e Julgamento Sumário

Pessoas vêm até nós pelas redes sociais fazendo julgamentos “morais” baseados na imagem física, dizendo tudo o que nós “precisariamos” fazer ou “precisariamos” não fazer, sem ao menos se informarem do que se passa conosco no aspecto humano…
Não é nada pessoal meu. É generalizado, todos enfrentamos isso.
Quem está mais exposto publicamente, então, sofre uma marcação cerrada de “cobranças bem intencionadas”.
Outro dia, nesta semana, uma pessoa escreveu assim : “Não dá ! O Guilherme está completamente diferente.”
“Não dá” exatamente para quê ? “Não dá” é um termo que usamos quando “desistimos de insistir” em algo.
“Não dá” significa uma exclusão, uma recusa em aceitar, uma repulsa, uma insuportabilidade.
Obrigado a essa “pessoa sincera” por me alertar para a minha realidade insustentável, para a minha inadequação.
Sem ele, eu juro que pensaria que ainda estou jovem e lindo de morrer.
Pois vou dar uma resposta informativa, de uma só vez irrefutável em argumentos técnicos.
Em 2020, não obstante a chegada avassaladora da pandemia , eu, estando trancado na Espanha, sem possibilidade alguma de voltar para casa no Brasil, fui estudar piano com paixão adolescente, e fazer uma “live” de 5 horas que todos se lembram como foi… e tive a partir dali uma “cervico- braquialgia” monstruosa que me deixou paralítico dos braços, com dores excruciantes nos ombros, nas mãos, inflamação nos nervos mediano e ulnar dos dois lados, formigamento e perda de 80% da sensibilidade nas mãos.
Consultando os médicos e com o resultado das ressonancias e tomografias, tive que tomar doses cavalares de Diprospan e Celestone para sair daquela crise.
Esse processo demorou de Abril até Outubro de 2020.
Várias recaídas se sucederam, um inferno de dor totalmente incapacitante, que acompanhou toda a feitura do álbum ” A Desordem dos Templários” , lançado heroicamente em 28 de Julho de 2021 .
Voltei para o Brasil ao fim da Pandemia e fizemos alguns shows ao longo de 2022, mas as dores horrorosas começaram numa outra região: o quadril.
Em abril de 2023 começaram os primeiros sintomas de uma Necrose Avascular da Cabeça do Femur, subproduto nefasto do uso pesado de Cortisonas.
A cabeça do femur direito simplesmente morreu, por causa do uso pesado da Cortisona… e tive que operar em janeiro de 2024.
Cuidado com os corticosteróides.
Não vou nem contar aqui sobre as outras complicações posteriores, que nem vêm ao caso aqui… porque estou há 4, quase 5 anos vivendo sob o domínio de dores inacreditáveis.
Outro já teria se suicidado porque ninguém merece sofrer tanta dor.
Aí vejam como é “carinhoso” o comentário de que eu era lindo… mas ” não soube me cuidar “…
Que lindo né ?
Mas não faz mal… tem muita gente que gosta mesmo de mim e não fica me julgando com aspectos morais, como se eu estivesse gordo e velho por mera negligência,e porque não dizer… por “falta de vergonha-na-cara”.
É fácil julgar.
O julgamento é sempre de natureza moral.
É verdade: tem “coroas” que se “cuidam” com academias, plásticas e dietas, mas a maioria deles ” não se cuidam” no aspecto intelectual, e se transformam em andróides sem a menor cultura ou evolução espiritual.
O meu caso é bizarro.
Não podendo cultuar o corpo, cultuei a alma e o espírito e sou infinitamente melhor e mais profundo do que eu era.
Mas esses adjetivadores implacáveis me aguardem…
Do ano que vem … esses “falsos carinhosos” não escaparão e vão ter que me engolir.
Quando o mundo vier normativo… dizendo que “voce precisa disto”
“voce precisa daquilo” …
“Sabe o que voce precisa ? “
Aperte o botão do f..#@$@^%#!*$@!!!!

Limpeza de HD

Fazendo uma limpeza em discos rigidos, salvando coisas da área de trabalho, removendo instaladores e pastas de fotos, videos e documentos … chegamos à constatação de como nossos sistemas vão se tornando lotados de trabalhos e momentos, coisas importantes e desimportantes…
As minhas “áreas de trabalho” chegam a ter dezenas de gigas, e a gente nem percebe quando estão simultaneamente na nuvem, uma lentidão só, uma tralha sendo arrastada pelo espaço…eis a nossa condição neo-humana… aí, quando fazemos essa faxina, vai tudo para discos externos que dificilmente voltarão a serem abertos…
Nossa realidade (na real mesmo) se resume sempre às últimas camadas utilitárias do tempo/espaço, como se fosse uma crosta fininha de gelo sobre um oceano caudaloso interior que chamamos de vida.
Já repararam as pastas de viagens como são arquivos mortos ?
São praticamente ilhas-de-nunca-mais.
Nào que sejam supérfluos, mas o fato é que se não tomamos cuidado, os discos se deterioram no armário do desuso e tudo se perde na indiferença fria do esquecimento.
É isso mesmo ?

Feliz 2026

Feliz Ano Novo a todos.
Nos vemos em 2026 !
Não, voces não leram errado, nem eu me enganei .
É isso mesmo : 2025 já está parcialmente traçado “para” mim, e parcialmente traçado “por” mim.
Não estou dizendo “adeus” a nada, apenas um até breve. Diferentemente da maioria dos meus colegas de profissão, sou um agente sem agenda.
Zero promessas, zero compromissos de prosseguir nessa toada compulsória chamada de “carreira”. Chuto o balde, me rebelo para sobreviver.
Não estou suportando mais, sou um bizarro replicante, desencaixado num jogo em que perdi o fio da meada.
Tenho um pé atrás em relação ao que chamarei genericamente de “processos coletivos” .
O que é “coletivo” ? Multidão. Amontoamento de pessoas. Eu respeito tudo, mas posso ter desenvolvido uma sensação de estranhamento.
Adoro tocar para as pessoas, tenho amor e intensidade na mensagem, na função pública.
Mas confesso que – não é de hoje – venho me sentindo um peixe fora do aquário.
E ainda mais agora, que tomei um tranco e me ví obrigado a “não estar” em dois eventos que serviriam pra eu me sentir “ainda servindo para alguma coisa”… nessa nova ordem artística que privilegia a festa, o encontro, a mistura, a “experiência imersiva” que o mercado de shows oferece.
Estou bem chateado e reflexivo, questionador, se querem saber.
Não é um momento fácil.
Seria bem mais fácil se eu relaxasse e curtisse a vida e saboreasse o sucesso, me entregando ao “play for cash” … mas não sou assim .
Não sou exatamente um “performer” num mundo dominado pelo entretenimento.
Compositor compulsivo e compulsório por nascença e por escolha, às vezes sinto que não sirvo para muita coisa neste mundo, exceto para um seleto grupo – graças a Deus, agradeço e dou valor todos os dias – de apreciadores da minha evolução artística. Agradeço também ao Universo por me trazer a meio século de música com significado e consistencia de um amor incondicional.
Serventia para o showbiz é outra coisa.
Servi por um tempo… para ter essa utilidade imediata do entretenimento … pois quando a juventude e a moda musical de duas décadas me favoreceram… eu consegui performar um pouco e ajudar a “fazer a festa” que o mundo me cobrava…
Nào tenho sido infeliz com isso, muito pelo contrário. Dou mesmo muito valor, tenho muito orgulho de que a qualidade da nossa geração tenha conseguido se imprimir indelével e se perpetuar com grande durabilidade para o bem do mundo.
Não me obrigo a isso, mas me dou ao direito de ser um estranhão, como Lennon e Harrison, para ficar no âmbito dos dois mais delirantes da beatlemania…
Acho que estou velho e rabugento. Peguei bode.
Talvez isso passe. Tomara.
Show, espetáculo, platéia, palestra, coaching, convenção, festa pública, balada, virada, carnaval, torcida, passeata, manifestação, congresso, comício, missa, tudo que é “coletivo” às vezes me parece questionável, manipulado, viciado e possivelmente perverso.
Não me entendam mal.
Nosso mundo está quase que todo ele equacionado pela coletivização.
Nem é questão de ideologias.
É a Revolução de Ortega y Gasset em seu esplendor acachapante.
É gente demais, um formigueiro.
O “entretenimento” em voga está aí colocado em substituição ao velho conceito de Arte.
O Showbiz é movido pela “funcionalidade” , a gente sempre lê as críticas dos “Festivais” com a chamada característica : “O que funcionou e o que não funcionou” – esse é o mote da funcionalidade dos eventos de multidões.
Tudo gira em torno da álgebra das vendas, dos engajamentos, números de seguidores, de expectadores, de visualizações, de execuções,
de streamings,
Tenho inveja absurda do Bach, um Kapellmeister, à luz de velas em Leipzig, fazendo uma cantata no órgao da igreja… pra mim Arte é isso.
É querer demais ? Sentir falta da Arte ?
Quando eu era criança, existia o mundo fonográfico.
E eu cresci sonhando em ser um compositor, um Vanzolini, um Jobim, um Johnny Alf .
Meu pai colecionava discos, e os discos eram gravados nos estúdios, lançados pelos selos das gravadoras, com pompa e circunstância, nas lojas especializadas.
O disco era a única forma da música chegar ao mundo …
Era um luxo : maestros, arranjadores, músicos, estúdios, microfonões e mesas valvuladas caríssimas, todo mundo de terno e gravata, era um mundo de sonhos.
Ahmet Ertegun arrumando o microfone para Ray Charles … Sinatra fumando um cigarro diante de um RCA Dx77.. as fotos de Elizete, Caymmi diante de um de um 44 BX …
Luis Bonfá, Baden, Edu Lobo, Menescal, Carlos Lyra, Luiz Eça ! Meus heróis. E o Tom ? Vinícius ? Aí era covardia…
Ah… a música, a música, quanta paixão !
Adolescente, eu sonhava em ser Serge Gainsbourg, Gary Brooker, Ray Manzarek, Vangelis, Burt Bacharach, Ivan, Antonio Adolfo, Taiguara !
Assisti ao auditórios da Record, no final dos anos 60, aos festivais da canção, onde os principais protagonistas eram os compositores.
Como não levar aquele conceito para o resto da vida ? Vi em ação, ainda mocinhos, Edu, Chico, Sidney Miller, Maranhão, Capinam, Vandré, Gil, Caetano, Tom Zé, e depois nos FICs, Guarabyra, Antonio Adolfo e Tiberio Gaspar, Nelson Motta, Danilo Caymmi, Zé Rodrix, Milton, Fernando Brant, Walter Franco, Taiguara, Ivan Lins e seu grupo do MAU, Aldir, Gonzaguinha, se eu esquecer aqui depois retifico… Vejam bem :
Os shows eram um complemento embrionário.
Artistas monumentais faziam shows em escala pequena, no máximo mediana. Nem existia toda uma tecnologia industrial, uma estrutura monumental que passou a favorecer especificamente os shows em escala industrial por toda parte, o “ao vivo” assumindo o principal negócio ao mesmo tempo em que se sucateava digitalmente o negócio fonográfico …O Showbiz simplesmente matou a música. Simples como a água mata o fogo.
Já que falei dos Beatles, é notável que, a partir do Rubber Soul, não fizeram mais shows e viveram para criar, em alguns anos, a obra mais importante do RockPop de todos os tempos… porque será que Lennon “pegou aversão” ao play for cash ?
John esculachava o “play for cash”.
Hoje, essa aversão seria impensável, não é ?
Não seria não. Estou nesse limiar.
O showbiz mata.
A música não mata.
Com o tempo, foram proliferando os “performers” , os shows foram virando uma indústria, um grande circo “ao vivo” , as escalas das platéias foram se sucedendo… e chegamos ao que aí está.
Onde fomos parar ?
O Showbiz engoliu a música, ao menos como eu sonhei a música.
Há quem diga que a música morreu !
Será ?
Eu pergunto… porque nesta virada de chave… virada de ano… virada pessoal … eu, compositor, estou com a corda toda… e sei direitinho para onde é que eu devo seguir.
O caminho me parece claríssimo, há uma clarividência na minha solidão.
O Kappelmeister me espera de braços abertos.
Onde quer que eu vá.
Estou perdido, mas … seria eu um visionário ?
Feliz ano Novo para o mundo.
A gente se vê em 2026 .

Mondrongo

Não faz mal se vem aí uma nova ameaça, (mais uma ? …), a ‘inteligência artificial”.
Para mim, falando a verdade, não faz diferença alguma.
A IA é a mera fabricação de resultado. Eu não.
Eu sou o fundamento orgânico e o processo da criação. A IA não substituirá jamais o meu prazer e a minha essência vital ao criar.
Essa é a nossa diferença.
Ela não saberá o que é esse meu prazer, muito menos o sentimento espiritual, sem descrição racional, que me faz ligação direta com a Instancia Criadora à qual damos o nome de Amor.
Sei que esse mondrongo poderá me clonar, imitar meus sons, recombinar minhas palavras e samplear a minha voz.
Agora mesmo esse mondrongo está a me fazer sugestões neste mesmo espaço e neste momento. ( um inocente balãozinho de “dica” )
Para mim, que não me limito a ser resultado e nem funcionalidade, o que mais me interessa é que eu vivo, e ele não.
Me dá licença, mondrongo ?

Pendurar as Chuteiras

Pra quem se interessa em saber, estou muito longe de “pendurar as chuteiras”, provavelmente nem mesmo a passagem para outra dimensão me faria me aposentar.
Tenho muito a dizer, a esse respeito.
Porque exatamente as pessoas “se aposentam” , “penduram as chuteiras”, dizem um “basta ” na carreira ?
O que é exatamente encerrar uma carreira ?
Porque as pessoas declaram para o mundo :
“Para mim, chega ! … Cansei.”
Encurtando a resposta, é parar de sonhar.
O que cansa não são os shows, as viagens, os ensaios, as gravações, os programas de rádio, de TV, as entrevistas, etc., etc.
O que cansa mesmo é sonhar.
É projetar na arte uma ilusão de que a arte seja necessária para o mundo.
Que a Arte é necessária para nós, não resta a menor dúvida.
O problema é o artista manter viva a noção de que aquilo que o move também poderia mover o mundo.
O Biscoito Fino que o Oswald fabrica não cansa.
O que cansa, exaure, esgota, arrasa, leva à loucura, pode levar à miséria, pode até matar… é a outra parte da frase de Oswald.
Que a massa um dia provará.
É disso que se trata a desistência, a capitulação do pendurar as chuteiras.
Existe dentro do artista uma chama perigosa de natureza coletiva. A manutenção dessa esperança gregária, dentro da alma, custa muito caro, cobra um preço que às vezes, para alguns, é escorchante.
Eu nasci fazendo música.
Menino, via brotarem sozinhas as musicas nos meus dedinhos no piano, as melodias soavam espontaneas dentro da minha cabeça, como se fosse um radinho transcedental, soprando frases e versos sem que eu fizesse esforço nenhum…
Eu brincava de compositor.
A musica era um dom lúdico, e eu me espelhava num mundo que pipocava música por toda parte, haviam modas e bossas, os Sambas-Canção, as praieiras de Caymmi, a bossa nova, a Jovem Guarda, Ray Charles, Stevie Wonder, Jorge Ben,
Beatles, Stones, Dylan, Simon & Garfunkel, Cat Stevens, Chico, Milton, Taiguara, Caetano e Gil, tudo brincando em mim, nas festinhas do colégio e reuniões de família, nas ruas, por onde eu fosse, tudo era música, música, música.
Nunca questionei esse dom lúdico dentro de mim,eu era estudante, jovem, era natural da minha personalidade, e os amigos se divertiam comigo, me atribuiram muito cedo esse papel na turma..
Um dia, profissionais gostaram do biscoito que eu também fabricava, e eu passei a fazer parte da galeria de nomes que eu cultuava, virei um deles…
Hoje, já faz 50 anos esse “virar um deles”.
Passei a ter uma condecoração chamada “sucesso”
Décadas se passaram, e eu me acostumei com a condecoração. Mais tarde, cairia a ficha .
Porque mais tarde me perguntam sobre este tempo de se aposentar, que “eu não preciso mais provar nada a ninguém … “
Como assim ? Precisar provar para alguém … é uma visao equivocada…as pessoas fazem coisas por isso ?
O sonho não é ser percebido. O sonho é. Apenas.
Mas eu mesmo me faço essa pergunta, quando é o tempo de parar ?
Parar o quê, exatamente ?
E aí vem a resposta, crua e cruel : parar de sonhar.
Um artista jamais estará aposentado enquanto não estiver cansado de sonhar.
Muitos, pelo contrário, já estão mortos, sepultados, por mais que estejam em plena atividade pública.
E com grandes condecorações de sucesso !
É isso mesmo ?
O pior é que é.
Vou explicar :
A atividade artística (…ao menos para pessoas parecidas comigo) tem duas vertentes, uma delas depende de ser alimentada pela chama do sonho.
O sonho, o delírio criativo.
Esse exaure. Consome. E faz correr todos os riscos, principalmente da desatenção e do desinteresse de um mundo focado na condecoração. O “sucesso” .
A outra vertente é pragmática, mecânica e automática: é seguir se repetindo eternamente e colher os louros da fama e da grana sem muito questionamento, é viver do sucesso.
Esta vertente cansa também ? Sim. Mas é diferente, porque oferece a gratificação imediata do aplauso e da conta bancária.
É menos nobre, por isso ?
Não necessariamente.
Cada um escolhe o que lhe agrada mais.
Chopin se torturava em busca do “sublime” …não se contentava em ser atração aristocrática na Sala Pleyel em Paris, divertindo casacas, cartolas, tafetás, carruagens, charutos, piteiras e absintos.. e partiu para Marbella para fazer seus prelúdios para a Eternidade. Cada um, cada um.
Eu adoro Chopin.
Estou 100% compositor, me esmerando em sonhar… mas mergulhado nesse universo de questionamentos.
Querem saber ? Estou adorando !
É por isso que posso afirmar que nunca, em toda a minha trajetória, estive tão longe de “pendurar as chuteiras”.
Voilá !

Marte-Noé ?

O grande problema desta época é o desencanto provocado pela percepção clara de que a deterioração terráquea já é um processo irreversível.
Até pouco tempo atrás, outras épocas conturbadas ainda vinham acompanhadas de “revoluções conceituais”.
Hoje, se propõe uma revisão na natureza crédula desses movimentos, e a realidade se apresenta mais crua, tentando ser menos ilusória, há desconfiança total nas utopias e promessas… é o clima “Deu no que Deu ! “
A grande “revolução conceitual” em voga, hoje, é uma grande falácia, um olhar atraído pela fuga planetária, uma fixação cinematográfica por um planeta tumular, Marte.
É o mais perto que as esperanças conseguem se arvorar.
Parenteses importantes : isto tudo é no campo estrito do materialismo. No território do “sobrenatural” tudo isto que eu estou falando toma outra dimensão, outra leitura. Eu sei disso.
( E adoro falar disso, também ! )
Mas… Voltemos a Marte.
Todos sabem que não dará tempo.
Todos sabem que a civilização alicerçada na eletrônica está – mais do que nunca – totalmente vulnerável, ameaçada pelo perigo magnético do Sol, um assassino no céu, Sol Criador e Carrasco, pronto para implodir uma Civilização Mundial Suicida.100% Carrington na veia, o mais provável Apocalipse.
Mas essa é mais uma verdade inconveniente, ninguém quer esse papo-cabeça, papo-furado.
Que nao seja esse o problema, mas e o Mundo Forno ? Seremos torresmos ?
Prestemos atenção no dia a dia, no noticiário, no humor das pessoas no cotidiano.
Certos de que o mundo está degringolando rapidamente… e sem nenhuma perspectiva de novas fórmulas sociopolíticas que ofereçam alternativas para o processo civilizatório evoluir, os humanos passam a um comportamento beligerante e compulsivo, mesmo que involuntariamente, característico do pânico em situações de colapso e de perigo iminente : é o reino da irracionalidade disruptiva.
Humanidade imprevisível .
2025.
Um ponto-de-virada ?
Para o buraco ?