Compositor

Sou um compositor.
De fato e de direito, tenho me dedicado a esse métier tão nobre há mais de 50 anos .
Compositor de música brasileira, se é que alguém ainda sabe o que significa isto em termos de respeito pelo mundo !
Sigo a saga de João de Barro, Noel, Herivelto, Lupicinio, Dolores Duran, Ary, Tom, João, Johnny Alf, Cartola, Chiquinha Gonzaga, Nelson Cavaquinho , Pixinguinha, Ivone Lara , Ataulfo , Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Joao Nogueira, Vinicius , Dick Farney, Donato, Capinam, Torquato, Caetano, Edu Lobo, Baden, Vanzolini, Gil, Taiguara, Belchior, Fagner, Ednardo, Paulinho Nogueira , Luiz Vieira, Antonio Adolfo , Sidney Miller , Francis Hime, Marcos Valle, Lyra, Menescal, Walter, Leminski , Elomar, Zé Geraldo , Humberto Teixeira , Marcus Vianna, Nico Rezende, Paulo Diniz, Marcos Sabino, Michael Sullivan , Paulo Ricardo , Mautner, Macalé, TomZé, Peninha, Toquinho, Baden, Castro Neves, Kiko Zambianchi, Juca Novaes, Carlinhos Vergueiro, Mauricio Maestro , Orlando Moraes, Antonio Carlos e Jocafi, Benjor , Hildon, Schiavon, Dinho Ouro Preto, Itamar , Cassiano, Vanusa, Claudio Zoli, Paulo Zdansk , Lo, Beto , Flávio , Renato Teixeira , Moska, Oswaldo , Nando , Miklos , Britto, Rita, RoRo, Frejat, Cazuza, Arnaldo, Brown, Chico Brown, Raul, Silvio Cesar, Joao Bosco, Marku , Benito , Tim, Trindade, Robson Jorge, Jorge Aragão , Evandro Mesquita, Paulo Cesar Pinheiro, Jeronimo Jardim , Antonio Adolfo , Péricles, Mano Brown, Wando , Nelson Motta, Caymmi , Joyce, Leny, Ayrão, Benito, Marina Lima, Fatima Guedes, Moraes, Pepeu, Galvão, R Bastos, F Brandt, Telo, Marcio , Renato Russo, Rodrix, Fernando Mendes , Odair José , Ivan Lins , Egberto Gismonti , Sá, Guinga, Melodia, Chico Science , Guarabyra, Sergio Sampaio , Djavan, Pericles Cavalcanti. Tulipa, Agepê , Antonio Maria, Burnier e Cartier , Paulinho Tapajós , Dori , Danilo , AnaVitoria , Tiberio Gaspar , Gonzaguinha , Vandré, Thomas Roth , Lenine, Alceu , Evaldo Gouveia , Melodia, Seixas , Fatima Guedes, Fabio Jr, Lecy, Roberto, Chico Cesar, Seu Jorge, Chico, Milton , Byafra , Izolda, Zé Ramalho , Luiz Vagner, Jair Amorim , Leoni, Samuel Rosa, Leo Jaime, John Ulhoa, Ronaldo Bastos, José Augusto , A. Cícero , Victor Kley, Cacaso, Nico Rezende, Luiz Americo , Suely Costa, Mart’nalia, Bruno Gouveia , Kell Smith , Jão , Tuca Oliveira , Rogerio Flausino, Marcio Greick, Dafé, Sergio Sá, Henrique Portugal , Chico Amaral , Jorge Vercillo, Antonio Marcos, Erasmo, Zélia , Isabela Taviani , Roberta Campos , Tiago Iorc, Tim Bernardes, Herbert Vianna, Fausto Fawcett , Dulce Quental , Vange Leonel , H. Gessinger, Thedy Correa, Tatit , Geraldo Azevedo, Wisnik , Arrigo , Paula Toller, Tunai , Fernanda Takai , Marisa, Vanessa da Matta, Jorge Mello , Petrucio , Paulinho Pedra Azul , Ana Carolina , Dalto , Castello Branco, Rubel, Lulu , Arnaldo Brandão , Cantuária, Ritchie, Lobão, Julio , Tavinho Paes, Wally Salomão , Galvão , Mú , Kleyton E Kleidir, , Scandurra , Letrux, Iza , Karina Buhr, Jeneci , Silva, Queiroga, Villeroy , Mahmundi , Luedji , Djonga, Ana Vilela, Emicida, Fioti, Criolo, Flora Mattos, Helio Flanders, Teago Oliveira , Marcelo Camelo, Romulo Froes, Zé Manoel , Amaro Freitas , César Lacerda , todos esses são importantissimos para o mundo e para mim , são esles todos e sou eu , Compositor … Somos nós Compositores , e hoje celebro porque estou nesse estado peculiar da alma !!!!
juro que ouví TODOS ELES !!
muito !
porque sou absolutamente apaixonado por esse assunto, a “música popular”
… quem mais faltar nessa lista irei completando porque a memória não é perfeita ….
que alegria pertencer a esse time de seres sonhadores , batalhadores e íntegros de espírito !
Celebro porque estou trabalhando no Dom que me foi atribuído : Compor .
Adoro encomendas como as que estão no prelo !!!!!
E que ninguém jamais meta a mão nos nossos Direitos Autorais, seja em qual plataforma tecnológica for ! Principalmente os políticos comprados pelas poderosas Corporações !!!
Congresso = Balcão de negócios ?
Vamos acordar desse pesadelo !

Piano Solos

um dos trabalhos mais revolucionarios e reveladores de toda a minha trajetoria de compositor é o disco Piano Solos, que foi originalmente chamado de New Classical Piano Solos, um denso conjunto de temas instrumentais que comecei a conceber em Londres, na década de 90 e que foi lançado em 2000 com um concerto na legendária Steinway Hall, da Rua 57 em NY, uma sala secular onde tocaram todos os grandes pianistas do Século 20 … e que já não existe mais… mas que também pertence à minha história…
A Steinway mudou- se para um novo endereço, ( 1133 6th Avenue) vale a pena visitar.
São meus amigos para sempre !
Nessa data, 11 de Julho de 2000, a Steinway & Sons me proporcionou uma experiencia inesquecível, com o Modelo D que pertencera a Wladimir Horowitz …Toquei esse repertório junto com um ensemble camerístico de professores titulares da Juilliard School …
Que aventura !
Eu já andava triste com a eterna, constante obsolescencia proporcionada pelo Brasil, naquela década dificil com um recrudescimento do “entretenimento de marketing” que viria a dominar o mercado .
( e eu nem imaginava onde é que isso iria parar … )
Eu pensava em me abrigar numa carreira de instrumentista, desistindo de cantar…
Eu achava que tudo já havia enchido o saco …
… isso tudo há 23 anos atrás…
É um album muito lindo, que me dá um orgulho danado de ter concebido e realizado sozinho…
quem se diz meu fã, tem que conhecer …
está nas plataformas digitais .

A antena de cada um

hoje eu entendo
e consigo ver que as pessoas são como rádios, transmissores e receptores .
O fato de não terem certas modalidades de antena…
para captar ou transmitir certas mensagens em certas frequencias …
não significa que essas frequencias não existam no Universo …
ou que certas mensagens no mundo devam ser ignoradas … simplesmente porque passam desapercebidas para essas pessoas .
é por isso que as pessoas são tão variadas em suas percepções, suas sensibilidades, e, por conseguinte, em suas possibilidades e limitações …

Sucesso Fake

Sucesso .
Ainda bem que eu sempre fui muito arisco com esse tema… nunca dei muita corda pra essa palavra…hoje tão maltratada, tadinha …
Mais do que nunca, está uma palavra com a qual eu tomo o maior cuidado , a maior cautela , e da qual eu desvinculo qualquer conceito de felicidade !!!!!
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era tocar a música nos saraus da aristocracia …
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era ter uma marchinha tocando nas ruas do Carnaval.
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era levar multidões para o Largo da Concórdia, em shows de Rádio AM .
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era estar em trilhas de Musicais do Cinema .
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era tocar nos shows dos Cassinos …
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era tocar nos Auditórios das Rádios , como a Rádio Nacional …
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era ser aplaudido pelas elites, nos Piano-Bares elegantes da Capital da República , quando o Jogo foi proibido no País…
Pouco depois, houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era tocar nos Musicais da Televisão , herdados da Era do Rádio …
Nos Anos 60, com a TV ensaiando transmitir em Rede Nacional , houve então uma época de Ouro , não muito distante, em que fazer sucesso era competir nos Festivais, então muitas das músicas que ganhavam as platéias eram estruturadas para levar a um “clímax” acelerado, com final abrupto e repentino ” quem me dera agora tivesse a viola pra cantar! ” “nas voltas do meu coração” …
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era fazer a multidão cantar contra a opressão .
Logo a seguir, veio uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era compor e ter musica em inglês tocando em trilha de novela …
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era fazer a multidão chorar em coro, em celebração da melancolia …
Depois , veio uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era fazer o público lembrar que o país era um país jovem, numa terra ensolarada e transgressora …
Houve uma época, não muito distante, em que fazer sucesso era ter um produto adaptado e utilitário para funcionar em grandes eventos coletivos de show business …
Aí veio uma época, não muito distante, em que fazer sucesso passaria a ser simplesmente vender a festa, fazer divertir .
Enfim, a competiçao sempre foi de quem fazia a canção mais bonita , ou ” a melhor canção”.
Assim sempre foi um ítem qualitativo, para o bem ou para o mal …
Até que surgiria uma época , finalmente , em que fazer sucesso simplesmente não significaria mais nada de valor agregado : seria um atributo “em si mesmo”, absoluto e zero relativo a qualquer adjetivação.
Fazer sucesso pura e simplesmente, ora !
Faz sucesso porque é famoso .
É famoso porque faz sucesso . Simples assim.
Na era das Redes , não quer dizer mais nada.

Afetação

AFETAÇÃO
Estou pensando numa palavra, que define muito do comportamento em redes sociais, em palcos, em espaços públicos.
Tornou-se ítem obrigatório em todos os discursos de pautas, onde o empoderamento e a assertividade são mandatórios.
Tornou-se também denominador comum de nossas elites pensantes, encasteladas em seus feudos de pós verdade.
O que é a presunção de unanimidade ?
Pode ser o último recurso de quem está exposto perante o Coliseu do Julgamento .
Mas o Julgamento é falho , é humano, é frágil , é espúrio
O que é “se achar” e “si si ” , se sentir muito mais do que se é ?
Nem que seja para induzir a opinião manipulada ?
É.
ser influencer é ser afetado ?
Acreditar na própria beleza, na própria sensualidade, no próprio mito, é podre .
Construir um personagem de si próprio e passar a acreditar nele, é uma espécie de picaretagem mistificadora : vender uma coisa, nao quer dizer que a coisa exista .
Mas vender depende de acreditar … então eis uma farsa em si.
porque ?
prestem atençao, porque TODOS os que vendem algo neste mundo estão usando a AFETAÇÃO como arma de venda de convicção .
Os artistas estão afetados.
Quando são alçados pela industria pop aos postos de próximos “it boys” , “it girls” , se contaminam e viram uma caricatura de promessa.
E os políticos, então ?
Querem profissão mais aparafusada na afetação ?
A mim, a afetação não me engana.
É babaca e ponto final .
Tudo aquilo que “percebe uma resposta” do mundo, assume aquilo que percebe fabricando uma auto-imagem , e depois vende essa auto-imagem como se fosse a realidade , é mentira e sempre será .
A verdade , como se diz, do chão a cara não passa .
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/afeta%C3%A7%C3%A

Acordar com um insight

Guilherme Arantes
Publicado por Guilherme Arantes ·
1 d
·
acordei tendo um insight claríssimo sobre o que realmente representa a pessoa “se aposentar”, “pendurar a chuteira”, “encerrar a carreira”, e outros termos que descrevem o eterno anseio interior de mudança…e o fechamento ilusório de um ciclo “produtivo” …
acompanho eternamente esses processos nos meus colegas e amigos, depois de uma faixa de idade, terem essas reflexões sobre o cansaço e sobre os efeitos desse cansaço sobre o futuro, quando são perguntados – ou quando se perguntam- se não está na hora de parar”…
é óbvio que o assunto também está sempre em pauta na minha alma, então vou elaborar aqui o meu insight porque isto também me ajudará muito a me entender melhor.
Hoje eu enxergo que sou um individuo muito peculiar, de muitos personagens .
Um deles é o mais remoto, se diverte em tocar o piano. Não se preocupa muito em ser virtuose, nem em competir e ter “performance atlética” no instrumento, é intuitivo, indisciplinado e indomável : é espirituoso e alegre, o seu núcleo de funcionamento é o prazer puro de um menino que senta ao piano e simplesmente ali ele esquece do mundo . É um fauno, um pequeno Deus, presunçoso e livre, eternamente feliz.
O segundo personagem, também antigo, remoto e emblematico da minha natureza, é um pequeno Geppetto . Um artesão dotado de mãos indomáveis e com vida própria : desenhista, escultor, pedreiro, encanador, marceneiro, eletricista, metalúrgico, mecanico, serralheiro, pintor, restaurador, relojoeiro, paneleiro, sapateiro, lustrador, tecnico eletronico, fotografo, projetista, decorador, tapeceiro, afinador de piano, etc. etc . tudo que mais a imaginação me trouxer de artesanias e serviços gerais : é completamente alucinado e tem vida própria , faz cagadas homéricas, se mete a balão em tudo que é tarefa,algumas vezes com resultados desastrosos, mas em compensação, inúmeras vezes com realizações magistrais, inacreditáveis . As vezes é um personagem cansado, às vezes fica triste com as mãos machucadas, o corpo sente e acusa a passagem do tempo, porque ele exige muito de si e percebe suas limitações .
O terceiro personagem é um pequeno poeta .
É um gnomo, um anãozinho falante, fugidio, em permanente estado de esgrima com as palavras, tem a compulsão de dizer, de pensar e de falar, porque as idéias vêm em borbotões de cordões encadeados e precisam sair para o papel . Somente isso : para o papel . Não é um bardo, porque não quer platéia, é tímido e retraído . Esse personagem é muito sazonal e arredio, é nômade, adora desaparecer e viajar para longe, sempre mais longe, para o desconhecido, para as regiões mais límbicas, crepusculares da alma. Totalmente desprovido de medo, não tem a menor noção do perigo, brinca sempre nas beiradas do precipício, e isso já me levou a estar por um triz de muitas tragédias, por eu estar sob o dominio desse gnomo irresponsável…É ele que me colocou tantas vezes em situações dificílimas de contornar, por falar demais e me jogar em confusões sem a menor necessidade. Mas ele também me trouxe grandes alegrias e realizações na vida e para o mundo à minha volta, porque materializou sentimentos em forma de versos, o que me deu asas para voar entre os astros para eu conhecer o Universo dos Mestres que eu mais admirava e que povoavam os livros que mudaram a minha vida …
O quarto personagem é um pequeno palhaço .
Na escola, era o que imitava os professores, arrancava gargalhadas da sala de aula, era exibido por natureza, era outro irresponsável que no Clube pulava do trampolim, rente à beirada da piscina , correndo risco de me deixar tetraplégico com um erro de milimetros no pulo, só para espirrar água nas meninas que tomavam sol : era um aqua-louco . Foi o mesmo personagem , quando estava meio mestiçado com o gnomo, que me levou até um muro de 6 metros de altura, tentando apanhar uma pipa no telhado do vizinho, e eu caí de costas batendo o cóccix e ficando realmente tetraplégico por algumas horas , só que Deus resolveu me levantar e seguir adiante , por puro livramento milagroso, que eu vivo a testemunhar … mas o palhaço-meio-gnomo nao estava nem aí, e me encarnava compulsivamente nas festinhas, sempre pronto para “entreter” e “brilhar”ao piano, tocando de ouvido todas as musicas do rádio e fazendo a família, a turma da faculdade, fazendo toda a humanidade possível à minha volta cantar… vaidoso, adorador do cinema, se espelhava nos seus ídolos para compor o seu figurino, sonhava ser o sonho dos corações sonhadores, e acreditava na beleza e no carisma para conquistar o mundo…Mas o palhaço também era um iludido, porque sempre vive acreditando que a verdade de si estaria no espelho de si apresentado pelo olhar dos outros humanos.
Sua questão basal é perguntar : “Hoje tem Marmelada ?”
Sempre vigilante, de olho na bilheteria do circo, é um escravo da “utilidade da arte” , esse é seu grande dilema : até quando aguentará ?
Mas seria um personagem indispensável na minha química, na composição da minha história, porque se não fosse por sua vaidade de se mostrar, de buscar o espelho dos olhos dos outros humanos, a aprovação do mundo, nem o menino pianista, nem o gnomo poeta teriam tido palco para virem à tona. …
Pois bem .
Quando penso nos temas “aposentadoria” , “penduração de chuteira” , na verdade eu encontro um vazio .
Não encontro nada ali : é mais outra miragem da vida .
No máximo, vou conseguir que passe a prevalecer algum outro personagem do meu elenco interior .
Pode passar a prevalecer em mim o Geppetto, por exemplo .
Combina mais com a minha nova idade ?
O Geppetto não é um velhinho muito feliz ?
Talvez sim, porque não ?
E se o gnomo pequeno poeta prevalecer por um tempo ? Algum problema em mim ?
O gnomo tem idade , afinal ?
Engana-se quem pensa que o palhaço, por ser mais famoso, por viver do espelho do mundo, é o mais importante dos quatro.
É só mais um, e é aquele que carrega o fardo de olhar a venda de ingressos e a lotação da platéia. As vezes, é ele que gostaria de se aposentar, porque carrega a cruz chamada “carreira” : nada mais ilusório .
O menino do piano, o Gepetto na sua oficina da vida , ou o duende dos poemas, nenhum deles jamais aceitou nenhuma cruz para carregar.
E o palhaço sempre será a inspiração para todos eles .
É por isso que pra mim não existe esse negocio de pendurar as chuteiras .
É só em cada época diferente trocar de personagem.
Com licença, que hoje o Geppetto precisa voltar para a oficina.
Porque o menino quer voltar para o piano .