Envolto nas névoas de um clima onírico, é um álbum impregnado de tons medievais, renascentistas e barrocos, misturando à balada pop tradicional do compositor os elementos fundamentais de uma “ concepção musical brasileira ”, como o lundu, a valsa, a modinha, a bossa nova, a toada ternária mineira e até o baião,… O título do álbum, é um delírio influenciado pelo “ realismo fantástico ”, pano de fundo da cultura reminiscente de uma mocidade vivida em tempos de rock progressivo, viajeiro, com elementos da cultura armorial, do cordel, trazendo -através de um olhar ibérico- um resgate sonoro de algumas mitologias ancestrais do povo brasileiro. Pela primeira vez, na música-título do álbum, Guilherme se aventura pelo que denomina “ um manifesto progressivo-cangaceiro ” diante da truculência e impunidade normalizadas no nosso mundo, a “ guerra de narrativas ”: uma nova Idade Média na barbárie das redes sociais. É uma alegoria ao estado de catatonia desta nossa humanidade frente ao “ Códice Dual ”, a estrutura binária do pensamento, um permanente conflito armado no coração humano. Um constante estado de beligerância instalado na alma, que determina, no mundo exterior, no espaço-tempo da Ágora, o caos que conduz as sociedades à aniquilação e precisará ser superado para a sobrevivência da civilização humana. Mesmo as músicas amorosas desse disco vêm, através de sonhos em madrugadas delirantes, revisitar outras épocas remotas, como se o tempo estivesse fluido e incontrolável, numa temporada tão apartada do “ espaço-tempo ” real.
Na impossibilidade de contar com os instrumentos no estúdio da Bahia, especialmente o piano de cauda, Guilherme alugou a Sala Sinfônica do Centro de Exposições e Congressos Lienzo Norte, em Ávila, com um piano Steinway “ D ” Hamburgo, e preparou as sessões de gravação, no palco de um auditório vazio, com as interpretações registradas também em vídeo para os “ making-offs ” desse momento único. Uma microfonação quadrafônica foi utilizada, com duplo padrão “ Blumlein ” para captar o som magnífico da sala de concertos, toda revestida em madeira de lei, considerada uma das melhores acústicas da Europa.
A capa do álbum é um trabalho do professor espanhol de ilustração Daniel Miguez. A programação gráfica, uma curtição à parte para Guilherme, brinca com uma estrutura de “almanaque” e tipologias de xilogravura.
A mixagem foi feita por Moogie Canazio, em Woodland Hills, na California, onde também o álbum foi masterizado no Howie Weinberg Mastering Studio, por Howie Weinberg e Will Borza.
A distribuição digital é AltaFonte.
A DESORDEM DOS TEMPLÁRIOS – LETRAS:
Confira abaixo a playlist com os vídeos do novo álbum ” A Desordem dos Templários ” publicados até o momento. Os demais vídeos, incluindo os ” Making Ofs ” do novo álbum, você confere com exclusividade na versão ” USB Card ” do disco, disponível na loja oficial de Guilherme Arantes.
O álbum ” A Desordem dos Templários ” está disponível em CD e combo de lançamento, com CD + USB Card e Quebra-cabeça comemorativo. Confira na loja oficial de Guilherme Arantes (link abaixo).
A DESORDEM DOS TEMPLÁRIOS – CIFRAS:
Clique nos botões abaixo para baixar o pacote de arquivos para imprensa:
Aqui estão, em pastas zipadas, os arranjos originais que eu fiz para a execução em shows com orquestra de cordas (violinos 1 e 2,violas e cellos), flautas 1 e 2, oboes, clarinetas, clarones e trompa (french horn). Lembro que a reprodução parcial ou total deste material é proibida, sendo todo este acervo protegido por copyrights, podendo gerar sanções civis e criminais na forma da lei. Também a replicação na internet, nas redes sociais, em servidores FTP, em redes de celulares e afins, a adulteração dos arquivos, a retirada das marcas d’água, a publicação em qualquer forma gráfica, física ou eletrônica são vedadas a qualquer pessoa física ou jurídica. Não há motivo ou justificativa para a apropriação. Nem mesmo se aplica o argumento de que a replicação é um serviço de “divulgação” para aficcionados e entusiastas. Porém, a divulgação universal deste endereço na rede, será sempre muito bem vinda, especialmente da parte dos amigos e aficcionados, pois este material estará sempre aqui, ao alcance de todas as pessoas. Espero que os inúmeros sites de cifras musicais que disponibilizam canções on-line divulguem esta minha iniciativa, não replicando o material, mas sim publicando o link deste site, para as pessoas acessarem e usufruirem do meu trabalho.
Obrigado a todos.
Guilherme Arantes
Um dia, numa arrumação do estúdio, encontrei uma caixa com as fitas k7 onde eu alinhavava os “demos” de inúmeras fases, e uma sacola com vários cadernos antigos, muitos com espiral enferrujado, pastas com papéis soltos amarelados pelo tempo, versos datilografados com garranchos de correções… Nos cadernos, sucessivas versões de letras ainda em fase de criação…
Por coincidência (ou não…) por esses mesmos dias ganhei de uma fã um livro contendo as letras dos Beatles, em fac-símiles dos manuscritos originais, e contando como é que foram criadas as muitas obras-primas dos fab-four… Um puro deleite de se ler!
Ah! A memória é tudo …especialmente quando se tem lendas pra contar…Então essa minha seção-museu também poderia ser um tesouro …
Resolví, então, agregar esse meu material nas comemorações da minha carreira de 40 anos. Pois aqui está.
Nesse conjunto, o motivo das lacunas de alguns períodos é que se perderam, por exemplo, os cadernos do “A Cara e A Coragem”, e vários outros, com muitas mudanças de casa e de modo de vida… Outro motivo é que, uma vez gravadas em disco, as letras e fitas-demo não tinham porque serem guardadas. E eu não sabia que a carreira iria durar o que durou, e nem exatamente o que eu iria significar, com o tempo…O fato é que esses dois pacotes, o de fitas-demo em cassettes e o de cadernos e papeladas soltas de letras, ficaram guardados por puro acaso. Houve vários períodos em que eu, acometido por raivas e revoltas, joguei muita coisa fora, são os meus “incêndios de Alexandrias”…não sei como este material sobreviveu…Aliás, pensando bem, não sei como a gente sobrevive, porque uma coisa inerente à memória, é ela ser apagada, mais dia, menos dia…
Hoje, eu não tenho como “fakear” e fazer de conta que um papel, ou um “demo”, é de uma época em questão… Seria feio da minha parte “inventar rascunhos originais” – a beleza desse material é a “minha descoberta” deles, 40 anos depois… Juro que eu relutei por muito tempo, em abrir esses baús, porque a gente fica mais e mais envolvido com o presente e com o futuro, e a revisitação de “outras vidas” muitas vezes é dolorosa, há um transporte no tempo e nem tudo são flores lá atrás – apesar do passado estar confortavelmente ( e situado seletivamente ) numa zona de prazer e “segurança”. Mas ao olhar minha letra e ouvir minha voz, algo me causa um estranhamento, não sei o que é.
Parece que foi outra pessoa que passou por ali… O fato é que muitas estátuas de nosso passado estão mesmo sem braço, sem cabeça, mutiladas pela ignorância do tempo. Também houve um período, com a entrada dos PCs e Macs nas nossas vidas , que a gente passou a fazer tudo no computador…e esse efeito é devastador, porque só permanecem os produtos finais, em sucessivos “salvamentos” que soterram o caminho : resta apenas o “produto”.
Mas eu redescobrí, depois de 2007, o prazer de fazer cadernos, a princípio esparsos, e já em 2013 voltam a ser sistemáticos, com a feitura do Condição Humana.
Hoje eu sei profundamente que o bom mesmo não é a paisagem da chegada, mas a experiência do caminho.
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